Além dos benefícios para a pecuária, o sistema traz vantagens para a agricultura, preservando a massa verde no solo e reduzindo a erosão. "Ainda fica muita massa verde para segurar para a agricultura. Além de segurar a erosão, ajuda na composição do solo", explica o associado.
Para alcançar bons resultados, Pereira conta com o apoio técnico da Coamo, por meio do engenheiro agrônomo, Edenei Swartz, e do médico veterinário, Bruno Vinicius Pereira Fornari, que o acompanham de perto. O manejo no sistema de integração é dividido em etapas bem definidas. Os animais chegam à propriedade com cerca de 200 a 250 kg e ficam em semiconfinamento até atingirem 400 kg. Após essa fase, são direcionados para o confinamento até o abate. O objetivo é que os animais não permaneçam por um ano completo na propriedade, otimizando o ciclo de produção.
Fornari explica que a integração pode ocorrer de diferentes maneiras, seja por rotação, consórcio ou sucessão ao longo do ano. "O objetivo é melhorar o uso da terra, aumentar a produtividade, conservar o solo e diversificar a renda."
Na propriedade do cooperado a integração é realizada com o plantio da braquiária ruziziensis realizado após a colheita da soja, geralmente entre fevereiro e março. De acordo com veterinário, a escolha da braquiária se deu pelas características climáticas da região, que apresenta temperaturas mais altas durante o inverno. "A produção de massa da pastagem perene diminui no inverno, e os animais são levados para as áreas de integração, onde a braquiária oferece um maior volume de massa e melhor qualidade nutricional", destaca.
Na visão do engenheiro agrônomo, Edenei Swartz, a prática apresenta múltiplos benefícios. "Primeiro, é melhorar a qualidade do solo. Consequentemente, é a semeadura da braquiária para fornecer as forragens para os animais e assim, pode haver um aumento de produtividade na cultura subsequente, que aqui nesse caso será instalada a soja", explica.
A semeadura da braquiária também protege o solo contra erosões, contribui para o aumento da matéria orgânica e favorece o desenvolvimento da microbiota. Esses microrganismos atuam diretamente na melhora das características físicas e químicas do solo, ampliando sua fertilidade e resiliência. "A palhada vem protegendo o solo. Ela reduz a competição por nutrientes e água e melhora a disponibilidade de nutrientes para as plantas", complementa Swartz.
Márcio com o médico veterinário Bruno Fornari
Cooperado e o engenheiro agrônomo, Edenei Swartz, acompanham as raízes no solo