Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 527 | Agosto de 2022 | Campo Mourão - Paraná

TECNOLOGIA

CARROSSEL DE LEITE

A história da família Arsego com a produção de leite começou há cerca de 60 anos. Quem iniciou a atividade foi o patriarca Waldir Arsego. Quando chegou em Xanxerê (Oeste de Santa Catarina), o cenário era de mato. Waldir então preparou o terreno e começou plantando cereais. Depois, comprou duas vacas para consumo do leite, e foi evoluindo, até começar a comercializar o produto.

Atualmente, os responsáveis pela propriedade são os dois filhos de Waldir: Eleandro e Laudir. Eleandro conta que começou a atividade quando era criança, aos oito anos. Segundo ele, tiravam leite de forma manual e aos poucos foram crescendo e se desenvolvendo. “Começamos a entregar leite na cidade, no tempo em que guardávamos leite no freezer. Com o tempo fomos nos modernizando, cada vez mais. Nosso sistema era de piquetes, vaca a pasto. Hoje estamos trabalhando com 820 animais em produção, no sistema compost barn”, explica.

Diariamente, são produzidos cerca de 24 mil litros de leite. Isso é possível graças a tecnologia utilizada na propriedade. Há pouco mais de um ano, a família investiu no sistema carrossel, para ordenha das vacas. Com o equipamento é possível ordenhar 48 vacas em menos de 15 minutos. As 820 vacas levam em torno de três horas e meia para serem ordenhadas. O trabalho começa às quatro horas da manhã, com a primeira ordenha. A segunda meio-dia e a última às 20 horas. Outra vantagem do sistema é a mão de obra reduzida, já que o animal entra e sai sozinho do carrossel.

Todas as vacas em lactação na propriedade são monitoradas com dois chips eletrônicos individuais, que medem a produção diária, avisa se as vacas estão no cio, o horário adequado para inseminação artificial e mandam sinal de alerta indicando quando as vacas ficam doentes.

As 820 vacas levam em torno de três horas e meia para serem ordenhadas Eleandro Arsego, cooperado em Xanxerê (SC)

De acordo com Eleandro, o que limita o crescimento da produção é a dificuldade para se produzir alimento. “O carrossel tem capacidade para ordenhar 1500 vacas por dia, mas falta área para produzir forrageiras, silagem, pré-secados para os animais”, observa.

A alimentação é fornecida conforme a produção de cada animal. As vacas são divididas em lotes. “Os animais em alta produção ganham silagem de milho, a base da alimentação. O concentrado é produzido na propriedade, composto por casca de soja, farelo de soja, minerais, caroço de algodão e pré-secados de alfafa e silagem.”

O volumoso usado para alimentação dos animais é produzido nos 200 hectares de lavoura. A Coamo auxilia na parte técnica e no fornecimento de insumos, para produzir mais alimentos, com a melhor qualidade. “Temos um trabalho de vários anos com a cooperativa. Fizemos esse ano a análise do solo, investimos em agricultura de precisão, para produzir mais alimentos por hectare e de qualidade melhor. Por consequência, a produção dos animais também aumenta por conta da boa alimentação”, acrescenta o cooperado.

A engenheira agrônoma Denise Schimieguel, da Coamo em Xanxerê, afirma que a família Arsego desenvolve um trabalho buscando alcançar bons resultados. “A principal atividade na propriedade é o milho. Então, buscamos aumento de produtividade e qualidade na silagem, que é o principal produto utilizado na fazenda. Um exemplo disso é a adoção de agricultura de precisão e o cuidado físico do solo.” Segundo a agrônoma, o cooperado faz um trabalho de monitoramento de plantas daninhas, pragas e doenças que ocorrem no decorrer da lavoura e tem boas práticas agronômicas, fazendo com que sejam alcançados bons resultados.

Eleandro confere alimentação dos animais Engenheira agrônoma Denise Schimieguel, da Coamo em Xanxerê (SC)
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