Os prejuízos da safra 2011/2012 que foi marcada pela forte estiagem e, consequentemente, queda de produtividade, especialmente na soja, estão sendo compensados por um ano quase perfeito para os cooperados do Oeste do Paraná. Se não fosse o período chuvoso em algumas regiões, justamente no momento da colheita, os resultados seriam ainda melhores. O alto volume de chuvas durante o recolhimento do grão, diminui a qualidade do produto, que acaba ficando na lavoura por mais tempo do que o necessário, esperando a condição de umidade ideal para o corte das plantas.
Apesar disso, a colheita da safra de verão gerou bons resultados. Como de costume, os produtores do Oeste paranaense implantaram a safra mais cedo e utilizaram variedades precoces, que possibilitaram a antecipação da colheita e a implantação da safrinha de milho, que também já foi semeada.
Em Vila Nova, por exemplo, distrito do município de Toledo, o cooperado Lautério Marino Casagrande é um dos muitos que no início do mês de fevereiro já estava com a área toda colhida e a safrinha de milho implantada. Com auxílio do clima e do bom investimento, o cooperado fechou a colheita da soja com uma média de 165 sacas, nos 23 alqueires que cultivou neste verão. E como não poderia ser diferente, Casagrande, que é craque na produção de grãos, fez um golaço e está sorrindo a toa. “Meu resultado foi muito bom, não posso reclamar, somente agradecer. Para quem colheu uma média de 60 sacas na safra passada, só tenho a agradecer a Deus”, comemora.
O agrônomo Sidnei Cândido, encarregado do Detec da Coamo em Vila Nova, lembra que todos os produtores estão contentes com os resultados. “As condições de clima foram bastante favoráveis e com o investimento em tecnologia a safra rendeu dentro do esperado. Não houve investimento maior em relação a safra anterior e sim a grande contribuição do clima”, esclarece Cândido, lembrando que a média de produtividade na região de Vila Nova foi bastante alta. “A média geral de soja, entre todos os produtores desta região fechou em torno de 145 sacas por alqueire”, afirma.
Na região de Tupãssi, também no Oeste Paranaense, os resultados não foram diferentes dos obtidos em Vila Nova. Com clima parecido, a oleaginosa também rendeu o esperado pelos produtores, e em muitos casos superou as boas expectativas.
Na propriedade do cooperado Paulo Décio Dall Est, que trabalha em parceria com o filho Lucas e o cunhado Laércio Rosalin Bucioli, a soja também já foi colhida. Para alegria do produtor, a média fechou em 160 sacas nos 140 alqueires que cultivou neste verão. “Tivemos um bom resultado graças ao investimento que fizemos e ao bom clima que neste ano resolveu nos ajudar. Precisávamos de uma safra cheia assim, e conseguimos”, diz Paulo.
O trabalho em família é a marca dos Dall Est, que juntos não perderam tempo no momento da colheita da soja e na implantação da safrinha. Agora eles computam os bons resultados de uma safra marcada pela alta produtividade. Conforme Lucas Battisti Dall Est, o trabalho duro, que começava bem cedo e só terminava quando a noite caía, foi compensado pelo bom rendimento da oleaginosa. “Estamos muito felizes com essa produtividade e esperamos ter o mesmo resultado com a safrinha, que já está toda implantada nas nossas áreas. Se Deus quiser e o clima novamente colaborar vamos atingir nosso objetivo de novo.”
Na opinião do agrônomo Marcelo Cordeiro, do Detec da Coamo em Tupãssi, a soma de fatores como a escolha certa das variedades, época de plantio, tratos culturais adequados e o clima favorável foram fundamentais para o alcance dos resultados positivos conquistado não apenas pelos Dall Est e Bucioli, mas por todos os cooperados de Tupãssi e região. “Aqui na região temos produtores com boa visão de investimento e por meio disso eles colheram ótimos frutos neste verão. Nossas menores produtividades ficaram em torno de 150 sacas por alqueire, com picos de mais de 180 sacas”, revela Cordeiro.
O sorriso estampado no rosto do cooperado Valdir Roberto Kaefer, optante da Coamo em Nova Santa Rosa, no Oeste paranaense não é por acaso. Ele é outro que não pode reclamar dos resultados deste verão. Preocupado não apenas com o lado econômico, mas também com a sustentabilidade da atividade, Kaefer cultivou 400 alqueires nesta safra, sendo 25% da área destinada ao milho, utilizado no sistema de rotação de culturas.
Uma decisão acertada na opinião do cooperado, que conseguiu ótimas médias de produtividade nas duas culturas. Com a oleaginosa o resultado foi fechado em 160 sacas por alqueire, com picos de até 215 sacas. Um número, segundo Kaefer, 150% acima do alcançado na safra 2011/2012, quando as lavouras da região sofreram com a estiagem prolongada. Com o milho, a média foi de 520 sacas por alqueire, contra 200 na safra passada. “Essa rotação tem ajudado. É um sistema muito interessante, mas que também necessita da ajuda do clima. Este ano como choveu bem os resultados foram expressivos”, conta o cooperado adepto a altas tecnologias. “É um conjunto de fatores que somados fazem a diferença. Para se produzir bem o uso de tecnologia é indispensável, e vai desde a escolha de uma boa semente, adubação correta, boa assistência agronômica, que encontramos na Coamo, e um bom maquinário. Sem isso não se produz”, garante o cooperado que agora está cultivando milho safrinha.
O otimismo por conta dos bons resultados é visível na região Oeste. Se a safra de verão está terminando bem, a de inverno também promete. A opinião é do agrônomo Thiago Dias Gonçalves, encarregado do Detec da Coamo em Nova Santa Rosa. Conforme ele, os produtores estão felizes com o que consideram uma boa safra de verão. “Eles estão comemorando essa safra já com uma boa expectativa para a safrinha também”, comenta Thiago. Ele lembra que enquanto a média geral na safra passada foi de 60 sacas de soja por alqueire, este ano haverá um salto de produtividade. “Teremos um ganho de produtividade muito significativo. Nossa média deverá ser fechada em 150 sacas por alqueire, graças ao capricho e o investimento dos nossos cooperados e a ajuda do clima, que contribuiu bastante neste verão”, ressalta.