As Reuniões de Campo da Coamo, neste primeiro semestre, foram realizadas de 1º a 21 de fevereiro. Nesse período, a diretoria da cooperativa percorreu cerca de cinco mil quilômetros para levar informações ao quadro social. Mais de dez mil cooperados participaram dos 35 encontros promovidos. Uma verdadeira maratona nos três Estados da área de ação da cooperativa: Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, considera as reuniões importantes ferramentas de auxílio para tomada de decisões na condução da atividade do produtor rural no campo. Gallassini comandou todos os encontros. Ele fez uma retrospectiva do ano de 2012 e destacou pontos importantes da situação geral da agricultura, nos cenários nacional e internacional. Também apresentou aos cooperados o relatório das atividades da Coamo e da Credicoamo durante o exercício de 2012 e as perspectivas de mercado dos principais produtos agrícolas para 2013. “Mostramos as tendências de mercado com base nos estoques mundiais. São informações importantes para que os cooperados possam fazer a comercialização dos seus produtos”, destaca.
O presidente ressalta a satisfação de se encontrar com os cooperados duas vezes ao ano. “Para fazer esse tipo de trabalho tem que gostar, e eu gosto. Nesses 42 anos de Coamo não lembro de ter faltado a nenhuma reunião. Fazemos com muita satisfação este trabalho que educa a participação do cooperado na sua cooperativa. Ficamos felizes de ter saúde para continuar com esse trabalho que é muito importante”, considera Gallassini.
Acompanhe nas próximas páginas importantes informações repassadas pela diretoria e imagens dos 35 encontros realizados em todas as regiões da área de ação da Coamo.
O ano passado foi marcado por problemas climáticos que afetaram a safra de verão. Houve quebra de produção tanto para o milho quanto para a soja. No caso da soja a Coamo deixou de receber mais de dez milhões de sacas. Por outro lado, houve uma grande safrinha de milho. Já com o trigo plantio teve redução de plantio devido ao preço irregular e problemas de comercialização. O que justificou para um ano positivo foram os preços praticados. O preço da soja variou de R$ 41 a R$ 78, do milho de R$ 19,50 a 28 e do trigo de R$ 23 a R$ 37.
Na avaliação do presidente da Coamo, não faltaram recursos do governo para o crédito rural. Contudo, de acordo com Gallassini, o cooperado utilizou muito recursos próprios e da Coamo a prazo de safra. “Pedimos que eles financiem o máximo possível porque o juro é mais barato. Isso ajuda a diminuir os custos da produção. Não temos problemas em fornecer para o cooperado, o que queremos é que as despesas com a produção sejam menores”, salienta.
No ano passado a Coamo recebeu um total de 94,3 milhões de sacas de produtos dos cooperados entre soja, milho e trigo. A Coamo recebeu um total de 5,63 milhões de toneladas de produtos, que corresponde a 3,4% da produção de grãos do Brasil.
O presidente também apresentou a situação econômica da Coamo, que está muito boa. Gallassini salientou que um bom termômetro para saber se os cooperados estão capitalizados são das contas correntes da Coamo e da Credicoamo que, respectivamente, têm de 0,4% e nada de inadimplência. “Isso é muito bom. Pagar as contas é uma questão de princípios, e os cooperados da Coamo têm muito disso.”
Mostrar as tendências de mercado com base nos estoques mundiais, também faz parte da pauta das Reuniões de Campo apresentadas pela diretoria da Coamo. “São informações importantes para que os cooperados possam fazer a comercialização dos seus produtos”, destaca o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini.
Em dezembro de 2011, em plena entressafra, o preço da soja estava ao redor de R$ 40,50, gerando uma expectativa para a safra de 2012 de preços inferiores. Com a quebra da safra na América do Sul em função da seca, as cotações na CBOT - Bolsa de Chicago - reagiram, e os preços atingiram o tão esperado patamar de R$ 50 no final de março. Grande parte da safra foi comercializada nesse momento. Daí em diante uma combinação de fatores, como a demanda crescente por parte da China, câmbio reagindo e lavouras norte-americanas não demonstrando bom desenvolvimento, culminou em preços recordes, chegando a nível de produtor (balcão), no começo de setembro, a R$ 78. No final da colheita norte-americana, as quebras foram menores que o previsto, fazendo com que os preços recuassem para menos de R$ 70. “Agora estamos diante da safra sul-americana, que promete ser boa com certo alívio nos estoques. Os preços ao produtor, consequentemente, já são cotados entre R$ 50 e R$ 60. O Brasil passa a ser maior produtor mundial. Caso a safra norte-americana 2013/2014 venha cheia, aí sim os preços podem voltar a patamares mais próximos das médias históricas”, observa Gallassini.
O Brasil deverá colher 34,7 milhões de toneladas de milho na safra verão 2012/2013, volume 2,5% superior a safra anterior. A demanda por exportação cresceu, mas as expectativas de oferta também foram positivas. Com isso teve uma pressão sobre os preços, que se acentuou semana a semana. Com o fechamento da janela de exportação a partir da segunda quinzena de fevereiro, a formação dos preços se deu pela demanda doméstica. Enquanto o quadro internacional não se tranquiliza mesmo com uma safra sul-americana próxima do normal, o Brasil vai aproveitando este movimento externo e continua embarcando volumes extraordinários. Até o final da segunda semana de janeiro de 2013, o Brasil já havia embarcado 20.366 milhões de toneladas de milho no ano safra 12/13. Os portos brasileiros poderão superar a marca de 23 milhões de toneladas exportadas.
O ano de 2012 foi atípico para o trigo, com quebras em vários países produtores. No Brasil, o clima prejudicou a produtividade e a qualidade. No Paraná, houve quebra de produção pela seca, mas a qualidade foi boa. As quebras no milho e soja norte-americanos, juntamente com quebras no trigo da Rússia proporcionaram uma elevação nos preços do cereal. “Temos uma tendência no Paraná do trigo ir perdendo terreno para o milho safrinha nas regiões Norte e Oeste, se concentrando mais na região sul. Enquanto não conseguirmos elevar nossa produtividade para ganharmos competitividade e participar do mercado internacional, ficaremos a mercê do mercado interno, com pouca liquidez”, explica Gallassini.