Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 557| Maio de 2025 | Campo Mourão - Paraná

INDÚSTRIA

Coamo recebe licença para instalação de indústria de etanol de milho

Investimento é de R$ 1,7 bilhão para construção da nova planta industrial da cooperativa. Depois de pronta, terá capacidade para processar 1,7 mil toneladas de milho por dia e produzir 765 mil litros

A Coamo Agroindustrial Cooperativa recebeu no dia 14 de maio, das mãos do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, a Licença de Instalação para a construção da indústria de etanol de milho, em Campo Mourão (Centro-Oeste do Estado). O documento foi emitido pelo Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

O investimento da Coamo será de R$ 1,7 bilhão, sendo R$ 500 milhões em fi nanciamento aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos do Fundo Clima. “É uma alegria participar desse momento histórico, a primeira grande indústria de etanol de milho do Paraná, uma planta bilionária de investimentos da Coamo, consolidando o Paraná como um dos maiores produtores de biocombustível do Brasil”, afirma Ratinho Junior. “Ela já nasce ultramoderna, pois além de produzir o etanol de milho, que é um combustível sustentável, terá também autogeração de energia, fazendo com que essa indústria seja autossufi ciente e abasteça as demais plantas do parque industrial da Coamo”, acrescenta.

“Além disso, com o derivado daquilo que sobra, faz o DDGS, que é a base para a ração com proteína animal, em especial para bovino e suinocultura. É geração de emprego na veia, consolidando o Paraná como o estado mais sustentável do Brasil, e como o supermercado do mundo, que gera alimento, biocombustível e energia limpos”, cita o governador.

A cooperativa recebe anualmente três milhões de toneladas de milho, das quais 600 mil toneladas serão destinadas à produção de biocombustível. O complexo terá capacidade para processar 1.700 toneladas de milho por dia e produzir 765 mil litros de etanol a cada 24 horas. As operações devem iniciar no segundo semestre de 2026.

Além disso, o projeto vai garantir a produção diária de 510 toneladas de farelo para nutrição animal (DDGS) e 34 toneladas de óleo de milho, produtos gerados após a fermentação. O DDGS é um farelo rico em fi bras e proteínas, utilizado na alimentação animal, enquanto o óleo de milho pode ser destinado à produção de biodiesel.

O presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, observa que essa nova linha de industrialização da cooperativa é motivo de satisfação para os associados. “É um momento especial para a Coamo e seus cooperados. Quem tem indústria pode possibilitar uma margem maior e até pagar mais com a venda do produto industrializado”, afirma Gallassini.

Segundo ele, desde o início da aprovação e funcionamento das indústrias, a Coamo sempre pensou em industrializar para agregar mais valor à produção dos cooperados com a venda desses produtos no mercado interno ou externo, dependendo da demanda e do mercado consumidor. “É preciso que as indústrias sejam viáveis e na maior parte do tempo é isso que acontece. São produtos com excelente conceito pela qualidade e confiabilidade nos processos, sendo exportados para várias partes do mundo”.

De acordo com o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, serão criados 2.200 empregos diretos durante a construção da nova planta industrial, e 250 vagas quando estiver em operação. Galinari ressalta que o objetivo é agregar valor à produção dos cooperados. “Vamos esmagar 600 mil toneladas de milho ao ano, com produção de etanol, farelo e óleo de milho. Para a comunidade, é espetacular porque gera emprego perene, qualidade e desenvolvimento. É uma indústria que agrega valor. Não é apenas a venda de um cereal, mas sim, um cereal transformado em um biocombustível e num farelo de alta proteína”, afirma.

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo, Ratinho Junior, governador do Paraná, e José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho de Administração da Coamo

Outro ponto importante é que, além do etanol, a indústria terá uma matriz energética térmica baseada em eucalipto de reflorestamento próprio, com cinco mil hectares de cultivo. A usina gerará 30 megawatts de energia elétrica, suficiente para abastecer 100% do parque industrial.

“Além de todos esses produtos, vai gerar energia elétrica. Isso permite que todas as outras nove indústrias sejam autossuficientes a partir de uma matéria-prima renovável, que são os reflorestamentos de eucalipto. É um ciclo virtuoso, uma indústria altamente sustentável, onde escolhemos Campo Mourão e o Paraná por questões de logística, por estar mais ao Sul”, conclui o presidente Executivo.

“Isso prova que o Paraná está na vanguarda. A Coamo é a maior cooperativa da América Latina e o Governo do Estado vem aqui demonstrar o respeito que tem por Campo Mourão e pela região, trazendo a licença de instalação. Estamos provando que é possível crescer, se desenvolver, gerar emprego, renda, melhorar a vida das pessoas, cuidar e recuperar o meio ambiente”, ressalta o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.

Ele comenta que essa é uma planta que nasce com o DNA de uma indústria limpa. “Vai gerar energia para todo restante do parque industrial da Coamo. Com isso, Campo Mourão vai ter mais empregos, mais renda, receberá mais impostos e a cidade, sem dúvida alguma, será melhor.”

Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, o investimento da cooperativa mostra que é possível o crescimento econômico aliado à sustentabilidade. “Com o investimento benéfi co da Coamo, vamos ver se materializar para sempre mais uma matriz de sustentabilidade para ser oferecida ao mundo pelo nosso grandioso Paraná”, defende.

A nova planta será construída no Parque Industrial da Coamo, às margens da BR-487. Atualmente, o complexo abriga nove plantas industriais voltadas principalmente para a alimentação humana e animal. Entre as instalações estão o moinho de trigo, fiação de algodão, indústrias de margarinas e gorduras vegetais, torrefação de café, entre outros.

“Para nós hoje é mais uma etapa da construção do desenvolvimento sustentável no Estado. O Paraná é rico em solo, em água, em fl orestas, e tem uma capacidade produtiva muito grande e, em particular com o etanol, demonstrada pelos cooperados da Coamo”, comenta o diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza.

Participaram da entrega da licença os secretários estaduais Aldo Bona (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e Sandro Alex (Infraestrutura e Logística); o subchefe da Casa Civil, Lúcio Tasso; o prefeito de Campo Mourão, Douglas Fabrício; o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi; diretores e cooperados da Coamo e demais autoridades da região.

Projeto da indústria de etanol, no Parque Industrial da Coamo em Campo Mourão (PR)

MEMORIAL COAMO

Durante a entrega da Licença de Instalação, Ratinho Junior e as lideranças presentes no evento visitaram o Memorial da Coamo, que conta a história tanto da cooperativa quanto da própria cidade. “É algo que nos enche de orgulho. 

Conhecer mais a fundo a história da Coamo, que já é conhecida por todos que vivem um pouco da agricultura, dessa evolução do Brasil, com detalhes, a transformação que aconteceu ao longo desses últimos 50 anos. É ver essa que se transformou, da união de 79 agricultores, na maior cooperativa da América Latina, faturando acima de R$ 30 bilhões”, salientou Ratinho Junior.

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