Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 561 | Setembro de 2025 | Campo Mourão - Paraná

UNIDADES

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UNIDADES CINQUENTENÁRIAS

Vista aérea da unidade da Coamo em Engenheiro Beltrão

A Coamo completa em 2025, 50 anos de atividades em Engenheiro Beltrão e Mamborē, dois importantes municípios da cooperativa situados no Centro-Oeste do Paraná. Desde a sua chegada, em 1975, a presença da Coamo está diretamente ligada à história dos cooperados, que ao longo de cinco décadas contribuíram para o fortalecimento do cooperativismo e para o desenvolvimento da agricultura regional. O marco de meio século representa a consolidação de um modelo de organização que nasceu com o objetivo de oferecer suporte, assistência e mercado, e que se transformou em uma referência para milhares de produtores rurais associados à cooperativa. Nesta edição, conheça a história de 50 anos da Coamo em Engenheiro Beltrão. No próximo mês, será a vez de destacar a trajetória da cooperativa em Mamborê.

A unidade da cooperativa em Engenheiro Beltrão foi a segunda instalação fora de Campo Mourão. As histórias de cooperados e funcionários mostram como a Coamo cresceu ao lado das famílias, apoiando o trabalho no campo e a sucessão entre gerações. O cooperativismo, presente desde o início, segue como base para a organização da produção e para o desenvolvimento econômico e social do município e comunidades vizinhas.

O cooperado Calebe Honório Welz Negri, de Engenheiro Beltrão, faz parte da terceira geração de sua família vinculada à Coamo. Ele recorda os primeiros contatos ainda na infância e da importância do cooperativismo ao longo de cinco décadas. "Eu cresci dentro da Coamo. Lembro muito bem da primeira vez que fui com meu pai, ainda menino. Não sabia o que era cooperativa, mas entendia que estava indo tratar de assuntos da plantação. Com o tempo, percebi que a Coamo já existia antes de mim e teve grande papel na minha vida na agricultura."



Segundo Negri, a ligação com o campo e a cooperativa é transmitida de geração em geração. "Não existe agricultura sem cooperativa. Isso foi passado de pai para filho. A importância de um ajudar o outro, do ato cooperativo, faz parte da nossa história familiar. Hoje, como cooperado, vejo que é difícil trabalhar na agricultura sem pensar na Coamo e no destino da produção."

Ao recordar os primeiros anos em contato com a Coamo, Negri cita imagens que ficaram marcadas. "Não esqueço das máquinas de escrever e de alguns funcionários do entreposto de Engenheiro Beltrão datilografando. A receptividade e a forma de tratar o cooperado não mudaram, mas evoluímos na tecnologia."

Ele destaca o avanço observado no campo. "Saímos de produções de 80, 90 sacas por alqueire para próximas de 200. Isso acontece não apenas por mérito do produtor, mas pelo acesso à tecnologia que a cooperativa disponibiliza por meio de estudos e pesquisas. É difícil imaginar a região sem cooperativa."

Sobre os próximos 50 anos, Negri espera continuidade do trabalho e fortalecimento da sucessão. "Espero ver meus filhos dando seguimento. Desde pequenos eles perguntam: "Pai, você vai na Coamo?". Para eles, plantio e colheita não existem sem a Coamo."

Ele relembra relatos do passado, quando a produção era entregue em sacaria e aguardava semanas para ser recebida, comparando com a agilidade atual no recebimento, processamento e exportação. "Hoje a Coamo é algo que talvez nem os idealizadores lá atrás imaginassem. O sonho foi grande e continua crescendo. Minha expectativa é que não pare e que eu possa ver as gerações futuras mantendo esse crescimento. A sucessão vem sendo tratada como parâmetro principal da cooperativa, e está funcionando, com a participação dos cooperados."

Foto aérea antiga do entreposto da Coamo em Engenheiro Beltrão na década de 1980.

Entreposto da Coamo
em Engenheiro Beltrão
na década de 1980


Sandra Regina Vendramini Negri, esposa de Calebe, acompanha a trajetória da família na agricultura e a evolução do papel da mulher no campo. "Eu estou inserida na agricultura desde o meu casamento. Antes trabalhava no comércio, mas com o tempo passei a me envolver mais na propriedade. Houve muita melhoria, tanto na Coamo, que cresceu, quanto na nossa propriedade. Com o tempo conseguimos organizar melhor as atividades e hoje atuo mais de perto. O apoio da família também faz diferença, porque quando todos querem crescer, facilita o aperfeiçoamento."

Sobre a presença da cooperativa na vida dos produtores, Sandra destaca a preocupação constante com o desenvolvimento. "Vejo que a Coamo está sempre preocupada com o bom andamento do negócio do cooperado. Ela traz novidades, tecnologia, cursos e também momentos de lazer e confraternização, que considero importantes porque aproximam os cooperados."

Sandra reforça que a cooperativa tem aberto espaço para o protagonismo feminino. "Recebo convites para cursos e, quando temos alguma sugestão, podemos apresentar no entreposto. Hoje há propriedades conduzidas somente por mulheres, e vejo que a Coamo pensa nisso também. A mulher precisa ser valorizada e inserida. Eu já estou e percebo que as portas estão abertas para quem quiser seguir esse caminho."

Sandra com o esposo Calebe Negri no campo.

Sandra com o esposo Calebe Negri. Trabalho em familia em sustentação no campo

Engenheiro agrônomo, Victor Moura, com Calebe Negri.

Engenheiro agrônomo, Victor Moura, com Calebe Negri: Assistência técnica é um dos serviços destacados pelo cooperado para a evolução da agricultura na região

Família de Calebe Negri reunida.

Familia de Calebe Negri está na terceira geração de cooperados da Coamo


Mauro César Volponi dos Santos em frente à unidade da Coamo

Mauro César Volponi dos Santos destaca a história da família com a Coamo

MAURO CÉSAR VOLPONI DOS SANTOS destaca a história da família com a Coamo, que começou logo após a fundação do entreposto no município. "Meu pai foi associado desde o início. Ou seja, nossa família mantém uma parceria de 50 anos." Ele conta que acompanhou desde jovem os trabalhos com a cooperativa. Sobre as mudanças ao longo dos anos, Santos destaca o incentivo da cooperativa. "Sempre houve incentivo e desenvolvimento com a assistência técnica para a utilização de novas tecnologias. Isso foi importante nessa parceria cinquentenária entre cooperado e cooperativa."

Ele ressalta que a confiança é um fator essencial. "Sem a cooperativa seria mais difícil. Temos confiança na entrega da produção sabendo que estão seguros e que há uma cooperativa forte por trás."

Ao recordar o passado, Santos compara a agricultura de 50 anos atrás com a atual. "Meu pai era comerciante e depois entrou na agricultura. Na época era plantio convencional. Depois entrou o plantio direto, vieram melhorias nas máquinas. Na década de 1980, a produção era de cerca de 80 sacas por alqueire. Hoje podemos chegar a 240 sacas por alqueire em um ano bem trabalhado."

Cooperado Mauro César Volponi dos Santos com o gerente da Coamo em Engenheiro Beltrão, Antonio Carlos Mazzei

Cooperado Mauro César Volponi dos Santos com o gerente da Coamo em Engenheiro Beltrão, Antonio Carlos Mazzei

Segundo o cooperado, a correção do solo e a orientação técnica foram fatores decisivos para o avanço da agricultura. "Na época não se usava tanto calcário. Depois começou a ser usado, sempre com acompanhamento da assistência técnica da Coamo. A adubação correta e a análise de solo fizeram diferença."

O cooperado também projeta os próximos anos da agricultura e da Coamo. "Que multipliquemos o que conseguimos até agora. Acredito na evolução tecnológica, na agricultura de precisão, em máquinas e insumos mais apropriados e na biotecnologia. Penso que a produção de soja e milho continuará crescendo e que a Coamo vai acompanhar e repassar essas tecnologias aos produtores."


ANTONIO CARLOS MAZZEI, gerente da Coamo em Engenheiro Beltrão comenta sobre a trajetória e a importância da cooperativa para os cooperados e para a agricultura regional. "A presença da Coamo é um marco na história, não só de Engenheiro Beltrão, mas em qualquer cidade onde se estabelece. A cooperativa promove imediatamente o desenvolvimento da agricultura e dá segurança aos cooperados, que têm onde adquirir insumos de qualidade e entregar sua produção."

Mazzei lembra como a cooperativa contribuiu para a mudança na atividade agrícola da região. "Quando a Coamo chegou aqui, a região era de café. Depois, migrou para soja, milho e também trigo, com produtividade cada vez maior graças ao trabalho de assistência técnica e à segurança que a cooperativa oferece para o produtor comercializar sua produção."

A estrutura de recebimento também avançou ao longo das décadas. A Coamo iniciou apenas com o entreposto de Engenheiro Beltrão. Hoje, conta também as unidades de Ivailândia e Figueira do Oeste, que dão sustentação no recebimento e na entrega de insumos aos cooperados. A capacidade estática de armazenagem nas três unidades é de cerca de 160 mil toneladas. Atualmente, aproximadamente 200 funcionários atuam nas três unidades para atender os cooperados.

APARECIDO BRAZ E FRANCISCO ANDRÉ DA SILVA, maquinistas, estão entre os funcionários que construíram essa trajetória e acompanharam diferentes fases da cooperativa no município. Seu Aparecido iniciou na Coamo em 04 de agosto de 1986. Ele conta que a ideia era permanecer apenas um ano, mas ele construiu carreira sólida na cooperativa. "Tudo que eu tenho hoje, primeiramente, é graças a Deus, e em segundo lugar, à Coamo, pelo serviço que me deu. Estou trabalhando até hoje."

Francisco André da Silva e Aparecido Braz, os funcionários mais antigos de Engenheiro Beltrão

Francisco André da Silva e Aparecido Braz são os funcionários mais antigos de Engenheiro Beltrão

Durante quase quatro décadas, seu Aparecido também ajudou a formar novos profissionais. "Já ensinei várias pessoas a trabalhar, inclusive muitos jovens." Em Engenheiro Beltrão, ele criou raízes, formou família e acompanhou as mudanças na agricultura e no trabalho. "Quando entrei era bem difícil o serviço. Hoje é muito mais tranquilo."

Francisco André da Silva começou na Coamo em 07 de março de 1977. Trabalhou três anos e meio e saiu. Em fevereiro de 1990 voltou e permanece até hoje. "Se contasse tudo, eu teria 48 anos de serviço. Mas, com as duas vezes junto, vai fazer 39 anos em dezembro. No começo era complicado. Descarregávamos tudo no rodo. A fila de caminhões chegava até o trevo de Terra Boa. O motorista dormia na fila para descarregar no outro dia."

Segundo ele, com o tempo, a modernização trouxe mudanças significativas. "Quando voltei em 1990, já tinha tombador. Hoje, o trabalho é bem diferente, tudo mais modernizado." Francisco também relaciona sua história pessoal à da cooperativa. "A Coamo é uma família. Minhas duas filhas foram criadas graças ao meu trabalho aqui."

Confira na próxima edição reportagem especial sobre os 50 anos da Coamo em Mamborê, também celebrados em 2025.

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